Diários de Lisboa

Um comentario por dia, dá direito a uma lobotomia...

sexta-feira, agosto 22, 2003

A banhoca

Num País badalhoco como este, o que fazia falta era uma banhoca de verdade, daquelas à antiga, de água fria, pedra pomes numa mão e sabão azul clarim na outra a esfregar negrumes e choquinhas. Quando se diz que o País vai a banhos, devia-se fazê-lo com toda a propriedade. Mandar o País lavar-se. Colocar uma tabuleta enorme estendida do Algarve ao Minho a dizer - lava-me porco - como se faz no tinteiro de pó do pára-brisas do Fiat 127 estacionado na rua de trás. Devíamos era pedir uns funditos estruturais para lavar esta merdaleja. Pôr a torneira do Alqueva (já que não serve para mais nada) a encher uma banheira de espuma para um prolongado banho de imersão. No processo podia ser que se afogassem uns quantos fungos e furúnculos, a começar por políticos ajavardados, famosos sirigaitas e outras micoses que se alojam na pele do País.
Se Marat morreu assassinado na banheira, não vejo porque não se possa fazer o mesmo ao País. Eram só umas bolhinhas, e puuuuf! Portugal afogado no seu esterco.
Acho que já era tempo de dar um banho nisto. O País vai a banhos e o meu desejo sincero é que se afogue. Que se foda o Instituto de Socorros a Náufragos, há mar e mar há ir e por lá ficar. Se segundo arquitecto Saraivada o destino
de Portugal é o mar; se a vocação é Atlântica, mais vale afogarmo-nos no mar do que naufragar em Terra.

Vodka7