Diários de Lisboa

Um comentario por dia, dá direito a uma lobotomia...

sexta-feira, novembro 19, 2004


Lisboa, o queijo suíço



Então eu não disse? Até parece de propósito... andam a esburacar a cidade toda e depois é nisto que dá! Este caso é diferente mas, já que estamos a falar de buracos em Lisboa, ainda devia ser alvo de estudo psicológico a mania de os políticos quererem à força armarem-se em ratazanas de esgoto e toca de esgravatarem no sub-solo da cidade por tudo e por nada!

terça-feira, novembro 16, 2004


Polaroids lisboetas #1


Poluição
Atravessar a ponte 25 de Abril, no sentido Sul-Norte, por volta das 11 horas da manhã de um dia de semana, já depois de a cidade ter deglutido milhares e milhares de carros… no horizonte eleva-se uma cortina de fumo violáceo exalada das ruas lá em baixo. Chamam-lhe smog. E vamos nós mergulhar naquilo?!

Transportes públicos
O hábito do carro e a falta de treino urbano provocam destes episódios caricatos em transportes públicos:
1- então onde é que se "pica" o bilhete?- e os magotes de gente atrás de mim a resmungar com "este parolo".
2- Levantar os braços para agarrar os corrimãos e ir gingando por entre as pessoas atafulhadas até uma zona mais desanuviada do autocarro fez-me sentir aquele gibão das florestas asiáticas que vi noutro dia na televisão- só que ele tinha muito mais estilo do que eu.
3- A inépcia em saber ocupar devidamente o espaço resultou num incontável número de pisadelas em sapatos alheios… parecia que estava a caminhar sobre pedras falantes! Mas como método de socialização foi redondamente chumbado!
4- Já não conheço os percursos das "carreiras", por isso toquei na campainha de STOP antes da saída correcta- logo por azar numa paragem em que ninguém saiu, deixando o motorista e os utentes a olharem para mim com profundo desdém.
Em resumo- viajar nos transportes públicos foi como aquela experiência freudiana do confronto ao espelho. Antigamente, quando utilizador diário de autocarros, barcos, comboios, metros e eléctricos era exímio em identificar os "estrangeiros", os que tinham o ar desengonçado de quem estava a utilizar esporadicamente aquele meio de transporte. Ria-me da sua falta de à-vontade, do seu desconforto e da sua atrapalhação. Saí do autocarro a rir de mim mesmo…

O estaleiro
Lisboa é um estaleiro só. Há obras por todo o lado, um martelar constante que estremece o chão e levanta uma fina poeira urbana. E depois espantam-se que os túneis rachem e caiam!

Olhos ao alto
Lisboa continua a ser uma das melhores cidades para se andar com os olhos ao alto. Tantos pormenores escondidos nas inúmeras molduras com que a cidade enquadra o céu!